quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Falando de blogs de moda - entrevistada por Giovanna Falchetto

A estudante de Jornalismo Giovanna Falchettto me entrevistou, a fim de produzir uma grande reportagem sobre blogs de moda, baseada também em outras fontes, conforme prevê a pluralidade do jornalismo.
Aqui, com a autorização dela, publico a entrevista que fez comigo.

Qual a sua relação com a moda?
Primeiro, é um hobby. Nas (poucas) horas livres, gosto de ler ou ver programas sobre moda. Gosto de me inteirar sobre as tendências, mas, na verdade, o que mais me encanta são “estilos”, não a moda em si. A moda pode ser passageira, mas o estilo fica. Depois de Coco Chanel, por exemplo, a mulher se libertou de uma moda desconfortável. Encanta-me a história de vida e a audácia dessa estilista, que, no início do século XX, inspirou-se no guarda-roupa masculino e simplificou a moda feminina. Ela ainda é atualíssima! Não quer dizer que, a depender da ocasião, eu não queira buscar uma referência mais “extravagante”, mais Dior. Também curto as inspirações clássicas do cinema: Grace Kelly, Audrey Hepburn... Mas sempre como referência; aí é que entra a moda: acho bacana misturar algo clássico com uma peça mais tendência, para não ficar totalmente vintage.
Nossa, falando assim até dá impressão que dá para pensar nisso todo dia! Na realidade, o dia a dia é muito corrido, então, muitas vezes, o que resta é vestir uma calça, camisa e sapatilha para não ter erro. Mas eu gosto de “brincar de estilo”, então, passei a ter prazer em prestar um pouco mais de atenção nisso, pelo menos em ocasiões especiais. Descobri que pode ser bem agradável integrar o look com a paisagem, então, se tenho um passeio legal para fazer, penso em algo que “represente” a ocasião. É uma brincadeira comigo mesma, nada muito sério, então, torna-se até rápido e natural. No entanto, na hora da pressa, não tenho pudores em sair de casa bem básica. Enfim, a moda para mim é uma brincadeira prazerosa, mas não uma obrigação.

O que você pensa sobre a influência dos blogs de moda no modo de consumo das pessoas?
Eles têm influenciado para o bem e para o mal, acho. Para o bem, porque tornam acessíveis as informações sobre moda e estilo, todo mundo pode aprender um pouco consultando os blogs e ir criando o seu próprio estilo. Além do mais, a depender do comprometimento e isenção de cada blogueira, as informações podem ser menos mercadológicas. Para o mal, por outro lado, porque muitos blogs viraram uma indústria e uma imposição. Brinco que é a “imposição do must have”. E digo que “must have” é vocabulário que não visto. Quando bem feitos e bem intencionados, os blogs podem trazer ótimas inspirações e ajudar as leitoras a descobrirem seu próprio estilo.

Você visita blogs de moda? Para quê?
Eu visitava mais quando trabalhava como jornalista em revistas voltadas para o universo feminino, afinal, a moda é um dos interesses desse público. Atualmente, desde que me foquei totalmente na carreira acadêmica, visitar os blogs se tornou algo mais para os momentos de lazer. Quando possível, ainda gosto de buscar inspirações neles ou, num movimento complementar, lê-los de maneira crítica, já que não deixam de ser um corpus para entender a sociedade. Quando a gente é pesquisadora, tudo acaba se tornando uma fonte de pesquisa. Eu estudo discursos, e a moda não deixa também de ser um.

Você tem um blog. Como surgiu a ideia de criar um?
Em janeiro de 2008, criei o Liquimix, o qual migrei para a plataforma blogspot em dezembro de 2009. É o meu blog sobre “tudo”, um mix de assuntos: cinema, linguagem e, hoje em dia, muito sobre viagem. Exatamente no dia 15 de agosto de 2010, criei o Estilo Fashion Mix, que tem esse nome por ser o irmão caçula do Liquimix, especialmente para fazer alguns registros relacionados a estilo e ao mundo fashion. A data indica, portanto, que ele é um pouco mais antigo que esse boom de blogs de moda que acabou acontecendo depois. Mas eu nunca quis que ele perdesse sua essência, e essa é uma das razões por ele não ter se profissionalizado, além do fato de que realmente foi uma escolha: minha profissão é a de professora e pesquisadora; o blog é meu hobby.

Como você pensa nos posts para o blog?
Meus posts são bem simples. Registro looks que agradam a mim mesma como se fosse um “livro de memórias”. Eu já fazia isso com a fotografia, então, só passei a aproveitar a nova plataforma. Como não o profissionalizei, meu número de visitantes é pequeno. Então, meu compromisso é mais comigo mesma: posto quando dá vontade. Às vezes, penso que seria bom ter leitoras assíduas, que seriam um incentivo para postar mais. Por esse ponto de vista, eu gostaria de conseguir dar mais atenção ao blog, especialmente ter mais qualidade técnica na fotografia (quem me socorre é o marido).
Minhas postagens têm relação com minha visão de consumo. Sou ponderada até demais com meus gastos, então, gosto muito quando uma peça rende vários looks. Tenho peças antigas que rendem muito. Se coubesse a mim transmitir uma mensagem sobre moda, seria a de que é possível curti-la de uma forma agradável, sem estragos na conta bancária. Até porque o mais interessante é construir estilos, e isso não são as vitrines que impõem. 
Dentre os posts do meu blog, gosto, por exemplo, de alguns sobre passeios em Campos do Jordão, tenho uma relação especial com a natureza dessa cidade. Tem um post que chamei de Bucolic funny day no qual uso um vestido comprado em 2006, e o vestido ainda está aqui, lindo, firme e forte (me lembro até hoje quando fiz a comprinha desse vestido, com um dos meus primeiros salários como jornalista de revista).
O que prego sobre consumo tem muito a ver com o que escrevi no post Feliz com duas bolsas na mala. No entanto, meu movimento de vida foi um pouco inverso ao do “Um ano sem Zara”. Não preciso me esforçar muito para ponderar meus gastos, porque, como eu disse, é uma característica minha ser ponderada com as finanças, é natural de minha personalidade. Vivi a adolescência nos anos 90, quando a inflação ainda corroía tudo, então, de modo geral, não era possível pensar muito na beleza do que vestir; ter alguma coisa já era luxo. Hoje, a sociedade tem mais poder de compra e, claro, a indústria do consumo se aproveita disso. Então, às vezes, eu preciso até me dizer que mereço algo, aprendi a me permitir. Também acho natural poder consumir um pouco mais quando se passou dos 30 anos de idade, porque é a idade em que você também atinge maturidade profissional. É até meio contraditório que existam tantos blogs de adolescentes e poucas opções de consultoria para mulheres de 30, 40, 50 e mais. Penso que sejam faixas menos exploradas do que deveriam pelos setores de moda: essa mulher mais madura tem estabilidade financeira para consumir mais e melhor.

Sobre o que você escreve no seu blog?  E do que mais gosta de escrever?
Minha tag preferida do Estilo Fashion Mix é a “Viagens e Passeios” por integrar look e cenário. Por gostar muito de escrever sobre viagens, tenho me dedicado mais ao blog Liquimix do que ao Estilo.
Embora goste de escrever, acredito que blog de moda seja muito visual, precise muito da imagem. Quase sempre, não acho necessário “explicar o look”, gosto que ele possa dizer por si mesmo. Jornalista que sou, nem sempre consigo conter palavras.

Quando você escreve no blog pensa que pode influenciar positivamente ou negativamente outras pessoas?
Acho que não influencio muito pelo pouco número de leitoras que tenho. Mas, supondo que eu pudesse influenciar, creio que a influência positiva seria tentar transmitir essa ideia de que moda pode caminhar junto com sustentabilidade e finanças em dia.  Consumindo com consciência (tanto em termos de finanças quanto de recursos da natureza), qual o problema? Acredito que moda e estilo sejam muito mais do que futilidade (como alguns podem pensar), afinal, é uma imagem que passamos, também é um discurso.
Uma influência negativa dos blogs em geral, acredito, é o potencial para estimular o desejo desenfreado de consumo. Mas é tudo questão de ponderação: parece-me que as fast fashion têm feito isso, especialmente com as inúmeras coleções assinadas em parcerias com estilistas, que transmitem a mensagem de que você precisa comprar uma roupa nova toda semana, não importa quão pouco exclusiva ela seja. Se você consumir tudo que elas oferecem, terá um guarda-roupa efêmero, eternamente renovável.

Você é influenciada pelos blogs que lê?
Eu filtro bastante. Nem perco tempo com blogs que parecem apenas divulgar marcas. Em 2011, acompanhei o projeto da Joana Moura no blog “Um ano sem Zara”, no qual ela utilizou a Zara como metáfora para passar um ano sem comprar e, assim, restabelecer as finanças pessoais. Por isso, comentei acima que meu movimento, pela minha característica, é um pouco o contrário desse blog. Atualmente, a Joana segue buscando um consumo consciente e conta que recuperou as finanças. Gosto do tato dela para a moda, acho que tem muito feeling.
Também leio o “Princesas Modernas”, projeto da Jô, de quem fui colega de trabalho e, até por isso, conheço a seriedade dela. Ela tem bom gosto e análises críticas e consistentes (por exemplo, sobre as coleções das fast fashion) que podem ajudar a ponderar nossas compras.
Acredito que os melhores blogs podem servir de inspiração, mas não para ditar regras. Afinal, o legal é cada pessoa buscar seu próprio estilo. Também gosto muito de ler livros sobre moda, então, nem perco meu tempo com blogueira que não estuda. Quando posso, também participo de eventos como desfiles, além de workshops e cursos.

Na sua opinião, qual a razão da grande influência dos blogs?
Acredito que tenha relação com o avanço das mídias digitais em geral. A informação sobre moda se tornou mais acessível com a blogosfera. Antigamente, imagem pessoal era assunto de quem podia pagar por uma consultoria de moda. Hoje em dia, se a pessoa buscar referências nos blogs, cruzar informações e procurar aguçar seu próprio feeling, ela consegue desenvolver um estilo próprio. Mas a pessoa precisa ter personalidade, porque, se copiar a blogueira X, corre o risco de seguir um estilo que não é o mais favorável a ela própria. Os blogs influenciam, mas acho que o melhor consultor ainda é o espelho. Houve vezes em que imaginei uma combinação interessante de peças e, quando experimentei diante do espelho, percebi que não ficava bem, ou porque não valorizava minhas características, ou porque não falava a linguagem que eu pretendia.

Érika de Moraes é professora e pesquisadora, que gosta de brincar de estilo.
Giovanna Falchettto é estudante do curso de Jornalismo da Unesp de Bauru.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Cabelão à Marisa Monte

Confesso estar em ritmo de fim de ano #baqueada.
Eis que, no último sábado, saí com o cabelão desalinhado, um eventual brincão (é mais comum me ver de brinquinhos) e uma vendedora do Shopping me disse que eu parecia a Marisa Monte.

Que delícia, se eu fosse uma cantora, queria mesmo ser ela! No meu infinito particular.


Vestido Check List. Casaco Dress to. Bolsa Carmen Steffens. Espadrille de Jaú.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Cores de Carmen Steffens


Esses meus olhos cansados e pequenos...

Amei a combinação da minha t-shirt bordada com a saia da Maison Carmen Steffens. Como o look já tinha uma mistura de cores, optei pela sandália neutra.

(Ainda estou conhecendo e garimpando as roupas da marca, até então mais experiente em sapatos, bolsas e acessórios. Por enquanto, me parece que tem acertado, mas também errado em shapes e excessos de brilho. Eu, particularmente, preferiria menos paetês e mais tecidos bacanas, menos poliéster. Mas isso não me impede de gostar da marca, é apenas a minha opinião.)

No quesito sandálias, a Carmen Steffens sempre arrasa. Para pés mega-firmes, os saltões. Para os sensíveis como os meus, o conforto. Essa com pedrarias coloridas foi feita para mim! Tanto que meu número estava ali me esperando na CS do Boulevard (minha preferida por causa da equipe do James).


Como ela já é bem colorida, apostei na saia de cor única:


T-shirt Carmim (by Gaby Sampaio); saia estampada Carmen Steffens; saia laranja Lucy in the Sky; cinto Lança Perfume; sandálias Carmen Steffens. 

domingo, 7 de dezembro de 2014

Para surpreender

Resolvi brincar com o marido, porque nunca tive uma calça "rasgada" (bem, exceto quanto caí, rasgando a calça e o joelho). Ele iria estranhar.
Mas, que nada, viu o look pronto e achou tudo normal. Convidou a moça para ver As Aventuras de Paddington. E fizemos de conta que retornamos a Londres.




A peça estava guardadinha há um mês enquanto eu procurava a ocasião e a combinação certa.
Como disse um sábio e estiloso amigo meu, cuidado com o que usar com uma calça assim :)

À noite, teve passeio no bistrô, e então fui mais princesinha.


Bistrô Turquez

Look 1: Calça Iódice para C&A; camisa e segunda pele Looxx; bolsa e sandália Carmen Steffens; cinto M.Officer.
Look 2: Saia e blusa Carmelina; casaquinho Dress to; bolsa Carmen Steffens; Sandália Bottero.